Conta de luz fica mais cara em maio; veja dicas de como economizar

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira tarifária amarela para as contas de luz do mês de maio — consequência da redução das chuvas em razão da transição do período chuvoso para o período mais seco do ano, com a proximidade do inverno.

Segundo a Aneel, “as previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios para os próximos meses ficaram abaixo da média” e, por isso, a energia elétrica terá um custo extra de cerca de R$ 1,89 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos por pessoa ou família neste mês.

Para não pesar no bolso, o g1 reuniu alternativas para reduzir o consumo de energia, que podem ser uma boa saída para que as despesas da família não disparem.

Veja a seguir dicas para economizar.

Chuveiro é o maior vilão da conta de luz

O chuveiro elétrico é o equipamento que mais consome energia e, consequentemente, também é o que mais pesa na conta de luz do consumidor. Por isso, um uso inteligente durante os banhos pode ser a chave para uma redução significativa dos gastos com energia.

O engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, Thiago Batista, explica que o tempo de calorão traz uma “grande oportunidade de economia”, porque os chuveiros podem ser colocados numa temperatura menor — o que gasta menos energia.

“Ao colocar a chave do chuveiro na posição verão, as pessoas podem ter economia de, aproximadamente, 30% do consumo do aparelho ligado em sua potência máxima”, diz o especialista.

Batista destaca ainda que é importante manter o mesmo tempo de uso do equipamento, ou até reduzir. “Não adianta diminuir a potência do equipamento e aumentar o tempo de banho”.

A Cemig também aconselha que, se possível, o consumidor evite usar o chuveiro entre 17h e 22h, horários de pico.

Além destas, outra dica mais drástica já bem conhecida: fechar o chuveiro para ensaboar o corpo ou os cabelos.

Geladeira também consome bastante

Segundo a Cemig, a geladeira é o segundo equipamento que mais consome energia dentro de casa, por conta de seu tempo de uso e o “abre e fecha”. Isso porque a entrada de ar quente na geladeira faz com o que o equipamento precise trabalhar mais para refrigerar os alimentos, consumindo mais.

No mesmo sentido, o engenheiro destaca que alimentos ainda quentes não devem ser armazenados no eletrodoméstico, porque isso faz com que o motor do tenha que funcionar por mais tempo, aumentando os gastos.

Utilizar a parte de trás das geladeiras, que são mais quentes, como forma de secar roupa, também é contraindicado porque eleva o consumo.

Por fim, Thiago Batista também orienta que o consumidor tenha atenção ao estado da borracha de vedação do equipamento, porque se as portas não se fecharem totalmente, o consumo será maior.

“Para saber se a borracha de vedação está em bom estado, faça o seguinte teste: coloque uma folha de papel entre a porta e a geladeira, feche a porta e tente retirar a folha, se ela sair com facilidade, está na hora de trocar a borracha. Repita o teste em vários pontos da porta da geladeira”, diz Batista.

Ar-condicionado ou ventilador?

O ventilador sempre é a opção mais barata para lidar com as altas temperaturas. Além do aparelho ser mais barato, o consumo de energia também é menor que o de um ar-condicionado.

Ainda assim, o engenheiro da Cemig afirma que é importante ter atenção ao tempo de uso do equipamento, evitando deixá-lo ligado se a pessoa deixar o ambiente ou quando as temperaturas já estiverem agradáveis.

“O consumo de energia depende de duas variáveis: potência dos equipamentos, em watts (W), e tempo de utilização, em horas. Para utilizar corretamente a energia, deve-se atuar nessas duas variáveis. Por isso, mesmo que o ventilador tenha uma potência menor, se o aparelho ficar por longo período ligado, o cliente poderá ter um aumento significativo na conta de energia”, explica Batista.

Ainda em relação ao uso do ventilador, o indicado é manter os ambientes abertos e ventilados durante sua utilização, para reduzir a necessidade de manter o equipamento em uma alta frequência.

O ar-condicionado é também um aparelho com alto consumo de energia: a cada 1ºC mais baixo, existe um gasto cerca de 10% mais elevado do consumo de energia, explica Thiago Godoy, especialista em educação financeira e fundador da Papai Financeiro.

Para quem pensa em comprar um ar-condicionado, o educador comenta que é necessário levar em conta exatamente quais são as necessidades do espaço, para não comprar um que utilize mais energia que o necessário.

Devem entrar na conta:

  • O tamanho do ambiente a ser climatizado;
  • A eficiência energética do aparelho;
  • As características do clima local.

Em caso de dúvidas sobre qual o equipamento é o mais apropriado para o espaço, vale falar com profissionais para tomar uma decisão mais acertada.

No entanto, Batista, da Cemig, comenta que há uma forma prática de entender qual a melhor opção de aparelho para cada consumidor.

“Para as residências, existem dois modelos: o do tipo janela, menos eficiente, e o split, que tem tecnologia inverter e é mais eficiente”, pontua o especialista.

“Na aquisição de qualquer um deles deve-se dar preferência para aqueles cuja etiqueta indique o consumo anual provável e multiplicar pela tarifa de energia encontrada na conta de luz. Dessa forma, o consumidor terá uma boa ideia do quanto cada equipamento ‘gastará’ no ano, pois esse consumo foi padronizado para uma utilização típica no país”, explica Batista.

Sobre a escolha do aparelho, os modelos com selo Procel de eficiência energética podem trazer uma economia no longo prazo.

Consumo inteligente do ar-condicionado

Para economizar energia, Thiago Godoy comenta que é importante utilizar o ar-condicionado com sabedoria.

“Ajuste a temperatura para um nível confortável, evite variações bruscas e desligue o aparelho quando o ambiente estiver desocupado. O uso de dispositivos de programação, como timers, pode ser uma opção eficaz para automatizar esses ajustes”, comenta Godoy.

Gustavo Sozzi, presidente da fornecedora Lux Energia, compartilha do ponto de vista e aconselha o consumidor a optar por uma temperatura moderada, evitando excesso de frio.

Para que o ar-condicionado não precise ficar em uma temperatura tão baixa, Sozzi pontua que é importante bloquear o calor solar com cortinas ou persianas, mantendo a casa naturalmente mais fresca. Manter vidros ou janelas fechados também ajudam, já que impedem a entrada de ar mais quente e seguram a temperatura mais fria no ambiente.

Com janelas e cortinas fechadas, o especialista da Lux Energia comenta que “ventiladores de teto ou portáteis também podem ser eficazes para refrescar ambientes, consumindo menos energia que o ar-condicionado”.

Godoy ainda traz outra dica: é possível deixar o ar numa temperatura mais amena e combinar com o uso de ventiladores, um combo que gasta menos energia do que deixar o aparelho numa temperatura muito mais fria.

Lâmpadas e paredes claras

Gustavo Sozzi afirma que, além da otimização do uso dos aparelhos que utilizam energia elétrica, outras opções podem fazer a diferença na conta de luz no longo prazo.

A primeira e mais simples é a escolha da lâmpada. Trocar lâmpadas incandescentes pelas de LED reduz os custos da casa com energia porque a lâmpada de LED é mais eficiente que a incandescente.

Além disso, se a família tiver a possibilidade de priorizar o uso de cores claras nas paredes da residência, isso favorece a iluminação natural e reduz a necessidade de uso das lâmpadas durante boa parte do dia.

Fonte: Bruna Miato/G1

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