Consórcio K&G vence leilão da rota da celulose com desconto de nove por cento

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O Consórcio K&G  arrematou agora a pouco, nesta quinta-feira (08), a concessão da Rota da Celulose, durante leilão realizado na sede da B3, em São Paulo. Formado pelas empresas K-infra concessões e Galápagos participações, o Consórcio venceu o certame oferecendo desconto de 9% sobre a tarifa-teto de pedágio.

A concessão foi definida pelo critério de maior desconto tarifário. A proposta vencedora apresentou um desconto de 9% em relação à tarifa-teto, o que implica a obrigatoriedade de um aporte financeiro de R$ 217.389.913,70 ao percentual oferecido.

A vencedora K-Infra opera a Rodovia do Aço. A concessão soma 200,4 quilômetros de extensão da BR-393 (Rodovia Lúcio Meira), da divisa entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro ao entroncamento com a BR-116 (Via Dutra), em Volta Redonda, na região Sul Fluminense.

Além da empresa vencedora, participaram do leilão as empresas Rotas do Brasil S.A., com 5% de desconto na tarifa e aporte de R$ 137.206.420,91; o Consórcio Caminhos da Celulose (XP), com 8% de desconto e aporte de R$ 195.619.568,80; e o BTG Pactual, com 4% de desconto e aporte de R$ 118.827.772,70.

O contrato de concessão abrange 870,3 quilômetros de rodovias estaduais e federais no Mato Grosso do Sul, integrando os trechos da BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395. O projeto prevê um investimento total de cerca de R$ 10,1 bilhões ao longo dos 30 anos de vigência, incluindo obras de ampliação, duplicação e melhorias na infraestrutura viária. As principais intervenções estão concentradas nos primeiros oito anos de contrato, com a meta de garantir melhorias antecipadas na malha rodoviária.

As obras devem ser iniciadas após a assinatura do contrato de concessão, com um prazo de até um ano para o início da cobrança. O projeto inclui 12 pórticos de pedágio distribuídos entre os municípios de Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Novo Alvorada do Sul. Cada um desses pórticos terá tarifas diferenciadas, com os valores variando dependendo do município e da categoria do veículo.

MS vai receber mais de R$ 10bi

Principal exportador de celulose do Brasil, Mato Grosso do Sul receberá mais um importante investimento para sua infraestrutura rodoviária. O estado será contemplado com R$ 10,1 bilhões para obras de melhorias e ampliação da capacidade das estradas que concentram o maior fluxo de cargas da produção nacional da matéria-prima do papel.

Com o leilão promovido pelo Ministério dos Transportes nesta quinta-feira (8), municípios como Ribas do Rio Pardo, Campo Grande e Três Lagoas serão diretamente beneficiados com a nova administração privada do trecho de 870,3 quilômetros das rodovias federais BR-262/267 e estaduais MS-040/338/395, conhecida como Rota da Celulose.

O projeto elaborado pelo Governo Federal em parceria com o governo do estado prevê a aplicação de recursos pela nova concessionária responsável pela gestão da rota na duplicação de faixas, criação de acostamentos, construção de pontos de parada e descanso (PPDs) para caminhoneiros e outras intervenções que prometem estimular a geração de cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos, além de aumentar a competitividade da agroindústria.

Corredor Bioceânico

A concessão do trecho integra a estrada federal BR-267 que é o elo nacional da Rota Bioceânica, o mega corredor rodoviário que vai ligar o Centro-Oeste do Brasil ao Oceano Pacífico, cruzando o Paraguai e o norte da Argentina até chegar aos portos do Chile. O início do percurso começa pela cidade de Porto Murtinho (MS) e se estende até a ponte internacional no Paraguai. O corredor vai encurtar em cerca de 8 mil quilômetros o caminho até a Ásia (via Pacífico), comparado ao trajeto que passa pelos portos do Atlântico.

Desenvolvimento regional

A Suzano, maior produtora de celulose do mundo, com operação massiva em Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas (MS), utiliza intensamente a BR-262, parte da Rota da Celulose, para o transporte de cargas até os portos de exportação. A capacidade das fábricas da empresa instaladas no estado é de uma produção estimada em mais de 5,7 milhões de toneladas de celulose por ano. Além disso, a companhia vende para mais de cem países, com escritórios na Argentina, Inglaterra e China. O diretor da empresa Mauricio Miranda observa que a melhoria da logística nas estradas conversa com os interesses da empresa em trazer alternativas de expansão da unidade de Ribas do Rio Pardo. “Olhar para a infraestrutura viária, para as soluções que temos em Mato Grosso do Sul, nos ajuda na tomada de decisão desses investimentos.”

Outra empresa que vem investindo para expandir sua participação no setor da celulose por meio do estado de Mato Grosso do Sul é a Arauco. Em abril de 2025, foi dado início à construção oficial da primeira fábrica do grupo no Brasil. O diretor de Logística da Arauco, Alberto Pagano, diz que a nova unidade, com investimento de US$4,6 bilhões, será construída em etapa única e vai ter capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, com as operações iniciando até o final de 2027. “Nesta fase de construção, serão gerados 14 mil empregos, e na fase de operação da fábrica, serão mais de 6 mil empregos nas áreas florestal, industrial e de logística”, planeja.

O gerente comercial Endel Filipe Fernandes, que trabalha em um posto de gasolina na BR-262, conta que a unidade vem batendo recordes no abastecimento de combustível para veículos de carga, passando de 6 mil para cerca de 30 mil litros por dia, em menos de 120 dias de operação.

De acordo com ele, a expectativa, a partir do aumento esperado no fluxo de veículos na rodovia após a concessão, é de que o posto passe a implementar projetos comerciais para a nova demanda de consumidores, o que também vai gerar empregos e movimentar a economia local.

Imagem: Divulgação

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